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Se se quiser saber quando nasce o Sol, estando no terceiro, quarto ou quinto grau de Áries, consultar a primeira coluna da primeira página, e aí se verá, Lugar do Sol, abaixo, S. G., viz. signos e graus, debaixo destas duas letras, Áries 0, depois abaixo, 0 3 do lado direito, 5 54 e acima H. M. viz. horas e minutos; de forma que isto nos diz que o Sol, estando a três graus de Áries, nasce às 5 e 54 minutos; continuar na mesma linha e ver-se-á a hora planetária; assim, admitamos que eu quisesse saber a hora planetária correspondente às nove horas e trinta minutos da manhã, numa segunda-feira, dia 15 de Março de 1646/7, o Sol ao meio-dia desse dia estando a 4 graus e 47 minutos de Áries, o que, faltando tão pouco para os 5 graus, faz com que eu entre com a totalidade dos cinco graus abaixo do signo de Áries, e na quarta linha da primeira coluna, encontro 6, pois toda a tábua de signos é sujeita a uma contínua adição de três, e se eu tivesse entrado com quatro ou cinco graus do Sol em Áries, teria tomado três ou seis, o que
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faria pouca diferença. Mas voltemos ao assunto, em frente a 6 do lado direito, encontro como foi dito, 5. 47. para a hora do nascer do Sol, depois 6. 47., depois por ordem 7. 5., depois 8. 54., depois 9. 56.; a minha hora era 9. 30., de forma que começo por dizer que, sendo a Lua o planeta do dia, começa a reger às 5h 47m e governa até às 6h 47m, depois Saturno rege a segunda hora do dia, até às 7h 51m, depois Júpiter rege a terceira hora, viz. até às 8h 54m, depois Marte a quarta hora, até às 9h 56m, que é a hora procurada, e digo que Marte rege aquela hora; é assim que se deve fazer, quer de dia quer de noite. E deve-se recordar que como se vê apenas na primeira coluna Áries, Touro, Gêmeos, e na nona coluna da mesma primeira página, Virgem, Leão e Câncer, quando se entra com a posição do Sol em Virgem, Leão ou Câncer, deve-se entrar no sentido contrário do lado anterior; pois o Sol estando a 15 de Touro, nasce no mesmo momento em que o faz a 15 de Leão; ou quando está a 15 de Virgem, nasce no mesmo momento em que o faz a 15 de Áries. Sabe-se assim a duração da hora planetária, se o Sol estiver no sexto grau de Áries, ele nasce como se vê às 5h 47m.
Na terceira coluna encontra-se 6. 47, que se subtrair do número seguinte no lado direito da mesma linha, viz. 7. 51, sobra uma hora e quatro minutos para a duração da hora desse dia, e tal como a hora do dia tem mais do que sessenta minutos, tanto menos do que sessenta minutos terá a hora noturna; esta é uma regra geral.
No acima mencionado dia 15 de Março de 1646/7, estando o Sol a 4º 47' de Áries, quero saber que planeta rege às 5h 20m da tarde; entro na primeira coluna da segunda página, debaixo do cabeçalho do Sol, na quarta linha debaixo de Áries encontro 6, e aceito isto sem erro, porque o lugar do Sol é 4º 47' de Áries, e portanto está mais próximo de 6 do que de 4; em frente a 6 do lado direito, encontro 1. 2, depois 2. 4, depois 3. 6, depois 4. 9, depois 5. 11, depois 6. 13; isto diz-me que a primeira hora planetária depois do meio-dia termina a 1. 2, ou seja, à uma hora e dois minutos, a segunda às duas horas e quatro minutos, a terceira às 3 horas e seis minutos, a quarta às quatro horas e nove minutos, a quinta às cinco horas e onze minutos, a sexta às seis horas e treze minutos; mas a hora que eu procurava era
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5 h 20m, que acontece ser a última hora do dia; e se se olhar para o cabeçalho de 6h 13m ver-se-á o número 12, viz. é a duodécima hora do dia; mas se se começar de manhã ao nascer do Sol, atribuindo à Lua a primeira, e assim continuando,
ver-se-á que o Sol começa a sua regência às cinco horas e onze minutos e a termina às seis horas e treze minutos. Não necessito ser mais copioso numa coisa tão simples e óbvia; darei apenas um exemplo mais, viz. o dito dia 15 de Março, 11h 10m da tarde, quero saber que planeta a rege; estando o Sol a 4º 47' de Áries, entro na quinta página da tábua, procuro 6º de Áries, em frente do lado direito encontro 6. 13, depois 7. 11, depois 8. 9, depois 9. 7, depois 10. 4, depois 11. 2, depois 12. 0.
A minha hora é onze e dez, na sétima coluna temos 11.2, portanto a minha hora cai dentro da seguinte; então concluo que a minha hora é a última hora antes da meia-noite, e consequentemente a sexta hora depois do pôr do Sol, mas a décima oitava hora do dia e, sendo contada como anteriormente foi ensinado, ver-se-á que é a hora de Marte. Tanto na administração de remédios como na execução de muitos efeitos naturais, sem o conhecimento exato da hora planetária astrológica, nenhum trabalho de valor pode ser feito, e com ele maravilhas, quer na recolha de ervas, no enquadramento de figuras, imagens, etc.
Finalmente, pela benção de Deus todo poderoso, sem cuja providência não podemos realizar nenhum ato digno, cheguei ao fim da segunda parte da obra planejada, e poderia descansar até se me oferecer uma oportunidade suplementar; mas é tal o desejo e a impaciência de vários grandes apreciadores deste estudo que, indo para além das minhas primeiras intenções, me aventuro de novo no seguinte TRATADO DE NATIVIDADES, no qual peço a Deus todo misericordioso de todos os fiéis, cuja luz brilha nos nossos frágeis entendimentos, que me ajude, de forma a que possa realizar esta obra com discernimento e compreensão, para o bem de todos os Ingleses honrados, meus conterrâneos muito amados. Ajuda-me, Ó glorioso Deus, pois a minha missão é difícil, e o teu servo de pobre entendimento!
Poucas, não, nenhumas são as ajudas que posso esperar de qualquer homem vivo
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(pois até agora nunca as recebi), apenas aquelas que me quiseres enviar, através da universal Anima Mundi, para que penetrem no meu obscuro intelecto, e que eu difundirei candidamente, sem mentira nem fraude; e, tal como nas duas primeiras partes não entraram a cabeça, a mão, o coração nem a ajuda de qualquer homem, também agora não a pedirei nem começarei a duvidar daquela Providência graças à qual dei conta dos tratados anteriores, entrando antes como um valente campeão na arena do desafio, contra todo um mundo de detratores, e realizando aquilo de que é capaz a minha atual fragilidade, etc., nunca duvidando que em todas as épocas haverá aqueles que se levantarão para emendar as minhas falhas ou defender as minhas palavras, tanto quanto lhes for modestamente possível.
11 de Junho, 1647.
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